Que a tristeza faz parte da vida, eu sei. Se eu acho que não ela deveria fazer parte? Não, não é isso. Só acho que ela gosta de ser sorrateira, entende? Você entende? A tristeza só espera uma brecha pra se instalar, chacoalhar e acinzentar o nosso dia. E, céus, não importa se o dia foi alegre, se nós nos divertimos, pois, ao fim do dia, tudo fica frio e sombrio quando a tal da tristeza resolve nos visitar. E a tristeza é sacana, porque começa sendo só uma dorzinha no peito, somente uma coisinha incômoda na alma, há um chorinho brando, e, de repente, estamos nos lembrando de coisas terrivelmente dolorosas, resmungando em alto e bom som, praguejando aos quatro cantos, chorando aos gritos. A tristeza é sorrateira e sacana. Dessa, eu não gosto. Dessa tristeza que vem pra derrubar, pra jogar recordações ruins na nossa cara... Ah, eu não gosto nada!
Não tenho problemas em ser triste. O que eu não sou nem quero ser é amarga. Porque a amargura é algo como veneno: mata aos poucos. Que a minha tristeza seja só tristeza, que me faça chorar baixinho ou desacreditar, apenas por uns segundinhos, de mim e dos meus sonhos, mas que depois eu consiga voltar a ver cores e a sentir sabores. Não quero uma vida amarga nem doce demais. Só quero uma vida que seja boa de viver, que me proporcione momentos de alegrias e de plenitude. Não espero muito de ninguém. Para ser mais exata, não espero nada. Não sou descrente nem crente em relação ao ser humano. É que, depois de levar umas surras da vida, ficamos meio ressabiados e achamos que o melhor caminho é não idealizar, não fantasiar e não aguardar que satisfaçam nossas expectativas, que, em sua grande maioria, são muito altas e irrealizáveis. O ser humano é falho. O ser humano é ruim. O ser humano é podre. O ser humano é o seu principal algoz. No entanto, o ser humano também pode acertar, ser bom e ser limpo, entretanto não em todos os momentos. Somos uma mistura do bem e do mal. Somos essa mescla complexa de céu e inferno. Estamos sempre balançando entre lá e cá, cá e lá. E os relógios continuam a fazer tic tac, tic tac, tic tac. E a vida foi ontem, é agora e já era. Tic tac, tic tac. E já era.
Erica Ferro
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Um abraço da @ericona.
Hasta la vista!
Essa é a vida! Cheia de altos e baixos! E o tempo passa rápido, mesmo que não percebamos. O que devemos fazer é procurar algo bom nas coisas ruins, como Polyana e seu Jogo do Contente. Assim, aquela tristeza cruel não nos atormenta, só aquela tristezinha suave que tem que vir de vez em quando pra nos mostrar que estamos vivos e temos sentimentos :)
ResponderExcluirTenha uma boa noite!
Beijos beijos
Oh Ericona, suas palavras sintetizam muito do que eu sinto. Gosto que você coloca tudo claro no papel (blog) e gera esta identificação imediata.Só quero uma vida que seja boa de viver, também.
ResponderExcluirGostei muito desse texto. Me dá uma agonia esse desespero das pessoas por uma felicidade constante. Tristeza faz parte, amargura não! Adorei essa separação!
ResponderExcluirBeijos