28/04/14

Ericona's playlist #4

Hey ho! (dito isso, vocês respondem com "Let's go!", fechado? *risos*)
♫ Well, well, well... Oh, well ♫! Criaturinhas queridas, fazia um tempo que eu não postava uma playlist aqui. Eu escuto de tudo um pouco, mas, principalmente, músicas das antrolas. Minha idade mental deve ter uns 60 anos (ou mais). Desconheço a maioria das bandas e cantores da atualidade. 
Contudo, entretanto e porém, não é que eu descobri - não me lembro mais como se deu essa descoberta - uma coisinha linda, fofa, de voz bonita, músicas com a melodia envolvente e que faz parte do cenário musical presente? O nome da coisinha fofa é Phillip Phillips. Uma foto dele, pra começarmos esse post lindamente! 

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Além de cantar maravilhosamente, tem um par de olhos muito bonitos.


Quem é Phillip? Phillip tem 23 anos, é natural de Leesburg (Geórgia/EUA) e é extremamente encantador, lindo e apaixonante. Foi o vencedor da décima primeira temporada do reality show American Idol em 2012.

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Imagino que a maioria de vocês faça uma ideia do que seja o American Idol, mas, caso não saibam, tudo bem, eu conto: é um programa de calouros, tipo o Ídolos, The Voice etc. Eu não sabia disso quando ouvi as músicas dele. Só fiquei a par desse detalhe depois de um tempo que eu estava in love com as suas canções. Há pessoas que conhecem um cantor boa, ou banda, e vão imediatamente atrás da vida e carreira dele. Eu não sou exceção, mas tenho meu próprio tempo de buscar essas informações. A primeira fase é de ouvir o som que ele, o cantor, produz, viajar nas letras e curtir a novidade sonora. Depois, se a curiosidade for muito grande, aí, sim, coloco meu lado pesquisadora em ação. 
As músicas que ele cantou e que o fizeram passar na audição foram Superstition, de Stevie Wonder, e Thriller, de Michael Jackson. Dois musicões, hein?! 
Poderia falar mais sobre a biografia dele... Okay, não muuuuito mais porque não sei tanto assim sobre a carreira profissional dele. O básico, a síntese, penso que consegui registrar aqui.
Em 2012, Phillip lançou seu primeiro CD pela gravadora Interscope. Uns dizem que é o gênero é pop rock; outros, indie rock. Que seja, o que importa é que é ótimo! Na minha concepção, é um pop rock muito do bom. Fácil de ouvir e de grudar na mente. O título do álbum se chama The World from the Side of the Moon. Sim, instantaneamente lembrei do nome do álbum mais famoso e aclamado de Pink Floyd, The Dark Side of the Moon. Não consegui achar explicações sobre a razão de o Phillip escolher esse título, mas, como a minha mente é imaginativa, penso que faça alusão ao álbum de Pink Floyd. No entanto, não levem isso em conta, porque é um achismo meu.

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Sem mais delonga, listarei aqui as cinco músicas que mais gosto do álbum de estreia de Phillip. Destaque, claro e evidente, para a música Wicked Game, gravada originalmente por Chris Isaak. É uma das músicas que mais amo nessa vida. Curiosamente, a versão que mais gosto não é a original, de Isaak, e, apesar de gostar muito mesmo da versão do Phillip, a que me arrebatou mesmo foi a versão da banda de love metal HIM. Escutem e não deixem de comentar o que acharam, se já o conheciam etc.

Com vocês, Phillip Phillips!


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Um abraço carinhoso da @ericona!
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26/04/14

Resenha: Em Busca de um Final Feliz - Katherine Boo



Em Busca de um Final Feliz
Katherine Boo

Novo Conceito
288 páginas

☺☺☺☺
Em Busca de um Final Feliz, de Katherine Boo, é um livro brilhantemente escrito. Através de uma forte narrativa, descobrimos como é o dia a dia dos moradores de Annawadi, uma favela à sombra do elegante Aeroporto Internacional de Mumbai, na Índia.
A história de seus habitantes nos faz rir e chorar, porque “;o que é celebrado neste livro não é o que poderíamos chamar toscamente de ‘o encanto da lama’, mas a riqueza das pessoas que — para o bem e para o mal — compõem um tronco social que está cada vez mais presente no nosso mundo moderno”;. (Zeca Camargo, em prefácio a esta edição).
O leitor vai se apaixonar por Sunil Sharma, o menino catador de lixo que quer ficar rico, por Manju, a moça mais bonita da favela, que quer ser professora, e até pela tresloucada Fátima, a Perna Só, que só quer um pouco de atenção.

Olá, queridões e queridonas que leem o Sacudindo Palavras! Não, eu não morri! Estou vivíssima! Passei mais de um mês sem postar aqui, é verdade, mas sabe como é... conciliar vida de atleta com vida acadêmica é uma tarefa que exige muito jogo cintura e, às vezes, me perco no ritmo dessa dança e acabo negligenciado o meu querido cantinho. Para vocês terem uma noção, a situação está tão crítica, que eu mal li nesses quatro primeiros meses do ano. No entanto, resolvi ser uma pessoa mais pragmática: deliberarei um horário para todas as minhas atividades. Não que pretenda robotizar meus dias, é mais uma necessidade de fazer tudo o que eu quero e gosto de fazer, sem negligenciar nada. Não preciso seguir à risca, para não quebrar a naturalidade da vida. É sempre bom se deixar surpreender pela existência, mas também é agradável ter metas traçadas. Diante disso, quero dizer que vou tentar não mais negligenciar as minhas leituras, postagens do blog, atividades concernentes ao curso de Biblioteconomia e ao projeto Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Estou na segunda fase do projeto, que acabará em julho desse ano. Pretendo finalizar o meu trabalho de forma louvável etc e tal. Enfim, tentarei ser menos negligente e mais eficiente para com as minhas adoradas atividades, principalmente com o exercício de ser blogueira, coisa que faço desde 2008 e me faz um bem indizível.
Pois bem, depois dessas breves justificativas acima (ou não tão breves assim), é hora de falar do livro da Boo, Em Busca de um Final Feliz, livro que levou o maior prêmio literário dos Estados Unidos, o National Book Award, na categoria não-ficção. Katherine é uma jornalista investigativa, muito bem conceituada por seu trabalho extremamente honesto e bem feito. Segundo as minhas pesquisas, Boo ganhou um Prêmio Pulitzer no ano 2000, pela sua cobertura sobre o estado lastimável dos locais públicos que tratam de deficientes intelectuais. Ainda não tive oportunidade de conhecer esse trabalho dela, mas tive, felizmente, contato com o seu livro de não-ficção sobre a vida, a morte, a esperança e uma outra gama de sentimentos sobre os moradores da Annawadi, uma das muitas favelas indianas. Livro cedido a mim pela Editora Novo Conceito, parceira do blog. Não é a mais populosas da Índia nem a mais pobre, de acordo com o que pesquisei, no entanto a dura realidade vivida por seus moradores é tão contundente quanto qualquer outra, de qualquer outro local.
Katherine retrata a realidade dos moradores de Annawadi tal como ela via, sem maquiagem, sem eufemismo, mas, em compensação, com muita sensibilidade. Os moradores de Annawadi, uma favela escondida, por trás do aeroporto e hotéis luxuosos de Mumbai, visualizavam a disparidade do luxo que era ostentado bem "nos seus narizes" e, no fundo, se imaginavam saindo da miséria e ter a chance de desfrutar, mesmo que em uma dose menor, toda aquela vida glamourosa que se dava a poucos metros deles. Boo tem o dom de captar até mesmo o que não pode ser captado pelo olhar ou a lente da sua câmera fotográfica.
Entre tombos na lama do esgoto a céu aberto de Annawadi, nas suas horas de filmagem do cotidiano da favela, e repetidas entrevistas com os moradores do local, Boo construiu uma história que causa comoção, compadecimento, ira e revolta.
Pode-se verificar que aqueles moradores vivem no limite: ignorados pelo sistema corrupto, pelo governo que, além de não garantirem o mínimo possível para que eles tenham uma vida digna, no sentido de terem os seus direitos assegurados, de moradia, saúde e segurança, ainda os extorque ao máximo. Devido a essa corrupção desmedida e cruel, os moradores passam a ver nos outros um rival, alguém que também deve ser extorquido, porque vence o mais esperto, ganha as batatas quem tirar maior vantagem dos outros. E quando digo isso, não os culpo, porque eles não conheceram outra vida. É o meio pelo qual eles entendem que podem sobreviver, que podem resistir num sistema tão implacável. Destroem-se uns aos outros não pelo prazer de serem cruéis, mas sim porque entendem, que, por tudo que já viveram, é o único modo de seguir adiante. 
É difícil "manter-se gelo" (se vocês lerem, entenderão essa expressão usada por Abdul) quando fazem de tudo para que você derreta e seja mais um deles. É difícil ser bom e justo quando o sistema massacra tudo, com sua sanguinolenta (usarei agora um termo muito usado pela minha amiga Jaci, do blog Uma Pandora e Sua Caixa) política. 
Por tudo que disse aqui, creio que vocês puderam perceber que não é um livro fácil, no sentido de ser uma distração do cotidiano, abstração dos problemas ou coisa que o valha. É um livro extremamente válido, por jogar na nossa cara uma realidade que muitas vezes a gente conhece, na teoria, mas que não paramos para pensar de verdade e denunciar, seja por meio de um livro, seja por meio de um movimento de revolta, de exigência de mudanças. Ninguém quer viver à margem da sociedade, porque é duro, é cruel, é impossível, é deprimente. As pessoas querem ter oportunidades, querem ser vistas como gente. Porque, pelos relatos de Boo, a maior parte dos moradores de Annawadi se sentem à parte do mundo. Cada um deles, por consequência do modo bruto e nada amistoso como são tratados pelo sistema policial local, calcula a sua vida como sem importância alguma. Durante o livro, temos a tristeza de conhecer como funciona o policiamento de Mumbai. As coisas funcionam à base de ameaças, de extorsão e morte. 
Fátima, a annawadiana de uma perna só, extremamente vaidosa e tão carente de afeto e atenção. Por um momento a detestamos por ela culpar e castigar quem não tinha nenhuma culpa pela sua desolação e mazelas. Porém, ao mesmo tempo, se formos analisar a sua infância e toda a sua vida, de maneira cautelosa, podemos entender, ainda que minimamente, as suas ações. Quando digo entender, não digo que isso justifica fazer o que ela fez. Porém, não podemos colocar as "Fátimas" da vida num poste e linchá-las até a morte. Esse não é e nunca será o caminho. Abdul, um menino retraído, que não conhecia nada da vida a não ser um trabalho, precisou conhecer os outros lados da vida e ampliar a sua visão de mundo em decorrência de uma terrível injustiça pela qual passou. A vida às vezes lança peças em nós que verdadeiramente não são justas, porém, de um modo louco e inexplicável, nos faz crescer e maximizar o que conhecíamos por vida. Asha, mulher que deixou que seu coração fosse ressecado pelas as suas vivências na infância e adolescência, o que a tornou uma mulher extremamente racional e inescrupulosa. Manju, filha de Asha, cheia de sonhos, mas, sempre que as suas asas parecem surgir, é impedida de voar por não ter ousadia de peitar o sistema e o que quer que seja para ser quem ela quer ser. Sunil, um garoto inteligentíssimo, que tanto queria ser feliz, sair da favela, para ter uma condição melhor de vida. Acabou que esse menininho passou por maus bocados, trilhou por caminhos tortos até poder voltar ao caminho correto, ainda que seja o caminho mais rechaçado pelo sistema regente em Mumbai. 
Poderia falar com mais detalhes de cada um dos personagens. Todos, à sua maneira, me tocaram e ficaram em minha memória. A miséria, a fome, o trabalho incessante, que dava um lucro tão pouco, mas tão pouco, que mal dava para aquela gente se alimentar. 
Katherine falou de favela, de pobreza, mas, sobretudo, de seres humanos, que, ainda que destituídos de riquezas materiais, tentam preservar um fiapo de esperança em dias melhores em seus corações e, principalmente, são inteligentes, criativos e dão o seu jeito de sobreviver em meio ao caos.
Esse livro de não-ficção é indicados para mim, para você e para todos que não temem conhecer uma realidade dolorosa, mas, principalmente, real e que precisa ser mudada. Não porque ser pobre é feio. Não há nada de errado em ser pobre, a não ser pela pobreza, pela falta de oportunidades, pela luta desumana para sobreviverem. A pobreza deve ser combatida porque todos, todos sem exceção, merecem ter seus direitos garantidos. Os governantes nos devem isso. É uma tarefa difícil? Sem dúvida, especialmente quando a corrupção impera. Nós também temos a nossa parcela de culpa pela corrupção e desmandos do governo imperar. Quando nós nos dermos conta da força que temos, e, unidos, lutarmos contra quem não quer mudar a nossa realidade, talvez possamos fazer um mundo melhor.

Nesse vídeo, que encontrei no site oficial do livro, podemos ver um pouco de Annawadi e seus moradores:


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Encontrei também uma entrevista com a Katherine Boo, realizada em março de 2013, feita pela colunista Lúcia Guimarães, do Estadão . Cliquem aqui para ler a entrevista.

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