Título original: Rang-e khoda
Título no Brasil: A cor do paraíso
País: Irã
Ano: 1999
Roteiro e direção: Majid Majidi
Gênero: Drama
Sinopse: Mohammad é um jovem estudante de oito anos que freqüenta uma escola para cegos em Teerã. Sua impossibilidade de ver o mundo reforça mais ainda sua habilidade em sentir suas poderosas forças. Depois de um ano, ele volta à sua terra natal, um vilarejo no norte montanhoso do Irã, junto com seu pai, um carvoeiro viúvo.
Tenho uma mania de baixar filmes e procrastinar pra assisti-los. Quer dizer, quando a conexão está boa, consigo alimentar essa mania, é claro. O negócio é que não sei bem há quanto tempo baixei A cor do paraíso, mas faz um bocadinho de tempo. Não lembro como o descobri, mas creio que fui numa das minhas andanças pelo YouTube à procura de filmes bacanas. Sei que eu procrastinei pra assistir porque (a) sou uma procrastinadora de marca maior com absolutamente tudo; (b) infelizmente, quando descobri o filme, também descobri, sem querer querendo, o final. E, por saber do final, que não foi um final que eu desejaria ver, demorei muito pra tomar coragem e assistir o filme. Por favor, não leiam a página da Wikipédia sobre filme, porque foi lá que, infelizmente, soube do filme todo.
Hoje, sabe-se lá por que, resolvi, finalmente, ver o filme. Talvez porque eu estava, e ainda estou, moribunda, um tanto triste, e ainda por cima está chovendo. Chuva combina com esse filme.
E, apesar de eu ter começado a assistir sabendo praticamente tudo do filme, ter visto as cenas foi algo impagável. É um filme forte, que dá socos na cara do espectador, que aponta uma realidade que aconteceu pelo mundo todo, e talvez ainda aconteça. E eu fico furiosa e extremamente triste em saber que acontecem coisas como aconteceram na vida do personagem mais doce e lindo que já vi em filmes. Sim, o Mohammad é esse personagem. O menino cego, órfão de mãe, que passou uns tempos num colégio para meninos com a mesma deficiência dele e que saiu de lá um menino muito esperto, inteligentíssimo, com uma capacidade de fazer coisas fabulosas, grandiosas e louváveis, caso dessem oportunidade a ele.
Mohammad é uma criança doce, pura, com um coração tão lindo. Não enxerga com os olhos, mas suas mãos auxiliam-no na descoberta do mundo. Fiquei encantada e senti cócegas no coração ao ver as cenas em que ele anda pelas plantações de diferentes plantas, flores e alimentos. O sorriso dele, a satisfação a cada coisa nova que ele aprendia/descobria foram coisas que me deixaram tão tocadas.
Não sei se soará como spoiler, mas lá vai: uma pena que o pai de Mohammad não o via assim: capaz, inteligentíssimo e um doce de menino. O pai sentia vergonha, simples e cruel assim. Via-o como um estorvo e passou o tempo todo tentando se livrar do menino.
Definitivamente, ele não era como sua mãe, a avó de Mohammad, ou como as irmãs de Mohammad, que o amavam incondicionalmente e o tratavam como o ser humano que ele era.
A cor do paraíso desperta amor, desperta raiva, até mesmo ódio, desperta um tristeza profunda, dentre tantos outros sentimentos. Tudo isso porque é um filme forte, que retrata algo que aconteceu bastante, em todas as partes do mundo, e que, como disse anteriormente, ainda deve acontecer em algumas partes ermas do mundo (ou nem tão ermas assim). O que é uma pena, o que me irrita enormemente, o que me faz querer girar o mundo professando as verdades que acho que devem ser escutadas por todos. Que pessoas com deficiência não precisam de pena, de esconderijo, de palmadinhas nas costas. Que pessoas com deficiência precisam mesmo é de oportunidades de desenvolver as suas habilidades e viverem de forma plena, dentro do que elas são capazes de fazer, porque podem fazer muito. Muito mesmo.
Só em pensar que existiram vários Mohammads, meu peito se enche de dor. Um mundo cheio de pessoas preconceituosas é injusto, ceifa vidas, assassina futuros que poderiam ser tão brilhantes e belos.
Olha, apesar de ser um filme forte, que causa revolta, dor, ódio, tristeza, penso que deve ser visto por todas as pessoas. Pessoas de coração duro e com conceitos errôneos correlativos à pessoas com deficiência, poderão repensar tais conceitos e, se conseguirem captar a essência do filme, coisa extremamente fácil de ser feita, descartarão esses conceitos e os trocarão por conceitos louváveis e dignos. Pessoas de coração bom e que já tem uma visão esclarecida sobre pessoas com deficiência, terão a visão ainda mais ampliada sobre esse mundo, se indignarão com o pai de Mohammad, amarão a avó e as irmãs de Mohammad, se apaixonarão e nunca esquecerão do menino que não podia não enxergar com os olhos físicos, mas via tudo, até mais do que os que podiam enxergar com os olhos físicos, pois ele via com olhos espirituais, olhos do coração.
Sim, agora estou chorando, tanto pela gripe, que sempre me deixa assim, como pela emoção de falar sobre esse filme, que é imensamente marcante. Marcou a minha vida, ficou gravado na minha mente, sem dúvidas.
Assistam, por favor. Assistam e me digam o que acharam, o que sentiram, etc.
Trailer:
Há o filme completo no YouTube (inclusive, eu baixei o filme por lá). Eis, então, o filme completo:
*Sinopse extraída do Filmow.
**Imagens extraídas do Google.
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Ericona, como comentei com vc, eu assisti este filme e também me emocionei muuuito.
ResponderExcluirMas não assistiria uma segunda vez porque é sofrido. Tenho essa teoria de não repetir filmes que me fizeram sofrer mto (Sempre ao seu lado e uma prova de amor estão na lista rs).
Mas super recomendo A cor do paraíso!!
Minha professora da faculdade nos recomendou esse filme, ainda não o vi, mas realmente gostei da descrição que ela fez.
ResponderExcluirQue bom que colocou o link do filme completo rs
Irei vê-lo.
Beijos
Oi Érica, nunca tinha ouvido falar desse filme, mas achei o enredo fantástico. Acho que as histórias assim são as mais incríveis, se eu tiver um tempinho para baixar, vou fazer isso também. Adorei a dica, parabéns.
ResponderExcluirBeijos
Ainda não assisti Cor do Paraíso, mas vou tentar ver... Me lembrou um pouco o filme "Vermelho como o céu" por também contar sobre um menino deficiente visual... E que também é muito bom e tocante. (Não sei se já assistiu, mas indico... Mesmo que você procrastine eheheh)...
ResponderExcluirCaraca esse filme parece passar uma bela lição de vida. É de filmes assim que gosto.
ResponderExcluirCom certeza vou assistir.
Beijos
Erica, que resenha incrível, sério. O jeito apaixonado, e ao mesmo tempo lúcido como você descreveu o filme me tocou, ele entrará na minha lista com certeza.
ResponderExcluirBeijos.
Faz algum tempo que este filme está na minha lista para ser assistido. Como você, encontrei no youtube, e só não assisti por estar triste e não querer ficar mais. Mas agora já estou melhor para vê-lo, em breve.
ResponderExcluir:)
Beiijo.
Nossa Érica...esse filme parece ser muito emocionante e forte como você falou. Não conhecia, mas quero muito assistir. Espero que melhore da gripe.
ResponderExcluirBeijos!
Paloma Viricio-Jornalismo na Alma.
Eu ainda não vi esse filme. Pelo visto deve ser muito emocionante. Até fiquei com vontade de assistir, mas estou numa fase precisando ver um pouco mais de alegria. Portanto, vou deixar para uma fase que a minha vibe esteja melhor. Gosto das suas resenhas. Beijos.
ResponderExcluirJá sei que vou chorar quando assistir esse filme ;__;
ResponderExcluir»» Emilie Escreve
Érica,
ResponderExcluirJá coloquei na minha lista de filmes que quero assistir. Sua análise franca sobre o filme me emocionou e gostei muito da forma como avaliou essa questão do preconceito contra os deficientes. Só sei que tem muitos por aí com uma visão perfeita que simplesmente não enxergam nada. Gr. Bj.! Amei muito esse teu espaço!
Erica fiquei curiosa para ver o filme pelo o final que vc deixou no suspense, mas já vi que vou chorar muito! Quando assisto dramas é sempre assim, mas é bom filmes que nos dão outra realidade, beijinhos amiga :)
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