Há doze dias que eu tive a notícia mais terrivelmente desconcertante da minha vida: meu avô tinha falecido. Uma hora eu estava em casa, arrumando a mochila para ir treinar, então recebo a notícia de que o meu avô tinha piorado (ele já estava internado há quase uma semana por causa de uma pneumonia) e tinha ido pra UTI. Já fui nadar preocupada, com o coração pesado, mas com fé na recuperação dele. Porém, não foi isso que aconteceu: quando eu estava voltando pra casa, ainda no ônibus, depois de um treino cansativo mas produtivo, a minha mãe liga pra mim dizendo que o meu avô infelizmente não tinha resistido e tinha morrido. Parece que o meu mundo caiu naquele momento, eu não conseguia ouvir mais nada ao meu redor, não conseguia enxergar mais ninguém. O mundo era só eu e a minha dor, a minha inacreditável dor. Eu não consegui entender a dimensão da coisa imediatamente. Até agora eu não consigo. Não dá pra acreditar e muito menos entender que uma das pessoas que você mais ama de uma hora pra outra morre e você nunca mais vai vê-la na sua vida. Mal cheguei em casa e já arrumei a mala para ir viajar para o interior de AL, que era onde meu avô morava e, consequentemente, iria ser velado e enterrado. Minhas pernas estavam fracas tanto de cansaço por causa do treino quanto pelo baque da notícia. Quase não conseguia me sustentar de pé. O dia 24 de fevereiro de 2012, sem dúvida, foi um dos dias mais difíceis e tristes de toda a minha vida. Foi um golpe muito forte ver o meu avô num caixão, o corpo inerte, e eu sabendo que ele nunca mais abriria os olhos novamente. Nunca mais. Porém, ainda mais chocante, foi no dia seguinte, no enterro. Senti como se um pedaço do meu coração tivesse sido arrancado no momento em que fecharam o caixão e colocaram-no no carro da funerária. Depois, colocado num buraco a sete palmos do chão e sendo coberto por terra. Ali, eu pensei, era o fim. Não contive as lágrimas, perder alguém que se ama é assim: é como se rasgasse um pedaço de você, da sua alma.
Contudo, dias depois, não sei se onde proveio, mas uma paz me invadiu, um sentimento de Está tudo bem agora, Erica. Por mais que a ausência dele te doa, vô Fernando não sofre mais. Todo sofrimento acabou. Não se entristeça, as boas lembranças e a essência do vô Fernando são eternas. Ele não quer te ver assim, sofrendo e chorando. Enxugue as lágrimas e lembre da alegria contagiante dele. Continue a viver, nunca se esquecendo dos ensinamentos e dos conselhos dele. É isso que ele gostaria que você fizesse. E assim eu tenho seguido a vida, lembrando dos momentos alegres que vivi ao lado dele, tentando bloquear os pensamentos de "e se..." (e se tivessem levado-o antes ao médico? Será que ele teria resistido? E se... E se...?), porque não adianta. Não adianta pensar nisso porque não há mais jeito. Ele se foi. Pensamentos assim só me deixarão angustiada e triste, e desconfio que não é isso que o meu vô iria querer.
Estou sendo forte, estou sendo ferro.
Estou tentando entender que, sim, até as pessoas que nós mais amamos morrem. Porém, antes disso, elas nos marcam e nos ensinam coisas valiosíssimas, e para vida toda. E eu aprendi muito com o meu vô. Sempre tive uma admiração imensa pelo caráter dele e sei que ele também tinha um orgulho gigantesco de mim. E, dia após dia, irei atrás das conquistas dos meus sonhos, e todas as minhas vitórias serão dedicadas a todos que creem em mim e me apoiam, mas, especialmente, ao meu vô, meu vozinho, que um dia me disse (não com essas exatas palavras, mas com significado semelhante): "Nunca deixe que lhe humilhem, que digam que você não é capaz. Estude, nade e lute pelos seus sonhos. Você pode conquistar tudo o que você quiser, basta querer e nunca desistir. Você é especial...".
Eita, vô, que saudade!
Mas eu não vou chorar, tá? Você agora é a mais nova estrela do meu céu. A mais bonita. A mais brilhante. Sinto o seu amor e o seu cuidado daqui. Esteja onde estiver, eu nunca me esquecerei de você. Nunca.
Erica Ferro
É Erica, tem que ser um pouco ferro mesmo para se manter firme!!!
ResponderExcluirÉ isso mesmo, menina! Sorrisos são a melhor maneira de homenagear quem amamos.
ResponderExcluirOi Erica!
ResponderExcluirSinto muito pelo seu avô. Mas saiba que ele teria muito orgulho se pudesse ler esta homenagem.
Eu já não tenho mais avós, mas eles me deixaram muitas lembranças boas. Prefiro pensar neles com essas lembranças.
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Acho que sempre será um baque receber uma notícia dessas. Há poucos dias minha avó faleceu, e foi mais ou menos igual a vc. Estava chegando da faculdade e recebi a notícia. Arrumei as malas correndo pra ir pro interior pro velório/enterro. Mas eu fiquei feliz pois ela não estava internada nem nd. Teve um infarte e pronto. Nada de sofrimento, hospital e td mais. Só que me abalei pois foi a primeira morte da família desde que minha mãe se foi, e perder minha avó materna, de quem eu era muito próxima, foi um novo baque. Mas eu sempre penso que eles estão melhores q nós, num lugar bom, e ao nosso lado, só que não de corpo, certo?
ResponderExcluirMeus sentimentos pra vc! E forças! ^^
bjs
Erica, o meu marido é espirita.
ResponderExcluirEle me contou, certa vez, que há espiritos que nao tem paz quando morrem, tendo uma pessoa que chora muito por eles. A tristeza dos que estão vivos faz a tristeza dos que já foram.
Lembre do seu avô sempre com um sorriso no rosto. Fique bem. Um beijo.
Não é por nada não,mas eu chorei agora. Droga Erica, você me fez chorar lendo seu post :/ rs E já passa da meia-noite,então,o clima da madrugada só ajuda mais no choro.
ResponderExcluirMas enfim, é preciso ser forte mesmo,é preciso pensar nas coisas boas, nas coisas boas que seu avô lhe disse e no que você sabe que ele iria querer pra você.
Eu me emocionei por moro com minha avó, e perder ela, bom, já choro só de pensar quando essa hora chegar, ela me ensinou e me ensina muitas coisas, tenho orgulho dela,e... bom, é isso, seja forte,e chore quando precisar, extravasar algumas vezes é bom, por que só quem perdeu alguém que ama muito sabe como é a sensação.
Beijos ><
Bom, o que adianta eu dizer pra você ser forte, seguir em frente? Você já entendeu isso e está sendo forte, exatamente como ele gostaria. Adoraríamos ter algumas pessoas sempre ao nosso lado, mas infelizmente não podemos ter esse desejo. Então, o que nos basta é tentar ser feliz e seguir adiante, sabendo que a pessoa querida estará sempre lá, olhando por nós. Mesmo assim, te desejo força pra superar e poder lembrar somente dos momentos felizes vividos ao lado do seu avô.
ResponderExcluirBeijos.
A morte é uma coisa esquisita: Todo mundo sabe que vai um dia passar por ela, mas ninguém está preparado... Já parei para pensar, como pode alguém simplesmente deixar de existtir na nossa vida?? Sejam amigos, parentes, é sempre inexplicávelmente triste.
ResponderExcluirDesejo que a saudade não seja mais forte que as boas lembranças.
Abraço, Ericona! ^^ Muitas saudades de te ler!
Só posso lhe dar meu apoio...
ResponderExcluirMas sei que conseguiras ser forte e superar tudo...
Afinal...
A vida é uma montanha russa...
Bjs!!!