Como
a maioria das pessoas, Antônio não gostava das Segundas-feiras. Dois
despertadores muito barulhentos tinham a função de tirá-lo de sua cama. Mas as coisas
mudaram quando o carro do moço de olhos castanhos começou a dar problemas e
teve que ser deixado na oficina. Foi numa manhã de Janeiro, enquanto esperava o
ônibus, Antônio viu algo que chamou a sua atenção.
Do
outro lado da rua, uma moça de cabelos longos, ocupava uma mesa da Livraria
Café Love Books. Sua blusa listrada de branco e preto fez o moço sorrir
bobamente, porque se lembrou da sua infância, época em que desejou ter
listrinhas iguais as de uma zebra, pois era o seu animal favorito (e
continua sendo, por mais que Antônio tenha vergonha de revelar isso). Ele
ficaria um pouco mais ali, mas seu ônibus havia chegado, e se atrasar estava
fora de cogitação.
No
dia seguinte, Antônio pulou da cama bastante cedo. Tomou banho, se arrumou,
bebeu uma xícara de café e mordeu um pedaço de torrada não muito crocante. Tinha
pressa em sair de casa. Seus olhos ansiavam por ver a moça. Lá estava ela.
Linda! Foi a primeira palavra que surgiu em seu pensamento.
O
final de semana chegou rápido. Antônio recusou convites de jantar e ir ao
cinema com os amigos. Queria seu sofá, um bom livro. Queria vê-la mais uma vez.
Saiu de casa. A rua estava cheia, porém agradável. Pessoas conversando
animadas, outras passeando com suas crianças ou cachorrinhos. Antônio foi
andando com calma em direção à livraria, e já pensava no que diria a moça se a
visse por lá. Chegou. Ela não estava, ficou desapontado, mas puxou uma cadeira
mesmo assim. Uma menina de sorriso simpático se aproximou e anotou o seu
pedido. Antônio esperou a moça de cabelo longo aparecer. Esperou, esperou e
nada! Por fim, decidiu voltar para casa. Demorou a pegar no sono, mas quando
conseguiu, sonhou. E foi com ela.
Era
mais uma Segunda-feira. O relógio nem havia despertado e Antônio já estava de
pé. Olhou-se no espelho, estava estranho. Não na aparência, mas por dentro.
Lembrou-se de sua primeira paixão do colégio. A sensação era semelhante a que
sentia naquele exato momento. Sorriu. Antônio saiu de casa completamente
arrependido por ter exagerado no perfume. Mas havia tomado à decisão de falar
com a moça. Chegou ao ponto de ônibus e lá estava ela. Cabelos brilhando por
conta do sol. Um sorriso a cada vez que virava a página do livro que estava
sobre a mesa. O bolinho intocado ao lado da xícara. Antônio viu o ônibus
chegando, não entrou. Levantou-se. Era agora. Ele iria atravessar a rua e falar
com a moça.
(Continua...)
Um conto escrito por Joyce Carolini & Erica Ferro
* * *
(risos) Não, não fiquem com raiva de nós por termos parados na melhor parte. É pra dar mais uma emoção à coisa, entendem? Logo mais, postaremos a parte final do conto. E então? Gostaram até agora?(...)(...)Um abraço da @ericona!Hasta la vista!
Nossa, que graça de conto! Já os imaginei franceses de alguma cidadezinha do interior ♥
ResponderExcluirEstou curiosa pra saber o final, já. E fiquei com vontade de beber café, mesmo que tenha acabado de terminar o meu! =)
Beijo!
Esperando o final já. rs *-*
ResponderExcluirComo não gostar do conto!?!?! Em plena segunda-feira encontrar uma paixão é sorte!!! Despertar a paixão de uma pessoa legal: sonho de todas as leitoras do mundo!!!
ResponderExcluirMenos reclamações sobre a segunda-feira e mais atitude... É isso, Antônio ehehe... Lindo! Lindo! Vou ler a sequência...
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