Título: The Cure (Original) / A Cura (Brasil)
Ano de produção: 1995
Direção: Peter Horton
Estreia mundial: 21 de abril de 1995
Duração: 97 minutos
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos
Gênero: Drama
País de origem: Estados Unidos
Sinopse: Erik (Brad Renfro) é um garoto solitário que atravessa todas as barreiras que o preconceito ergueu e se torna amigo do seu vizinho, Dexter (Joseph Mazzello), um garoto de 11 anos que tem AIDS. Erik se torna muito ligado a Linda (Annabella Sciorra), a mãe de Dexter, e na verdade fica mais próximo dela que da sua própria mãe, Gail (Diana Scarwid), que é negligente com ele e quase nunca lhe dá atenção. Quando os dois garotos lêem que um médico de Nova Orleans descobriu a cura da AIDS, os meninos tentam chegar a este médico para conseguir a cura.
Finalzinho de semana tedioso. Sábado um tanto infrutífero. O domingo estava enveredando pelo mesmo caminho, então decidi dar uma melhorada na coisa e assistir um dos filmes que tenho há tempos no computador e não tinha tido ainda a disponibilidade de ver (fosse por preguiça ou por falta de tempo mesmo). Escolhi A Cura, porque é um filme que há bastante tempo me chama. Quando digo me chama, é quando a sinopse me deixa bem curiosa, mas deixo pra depois por parecer tão especial, que tem que ser visto num momento também especial. Ou, ainda, que tem que ser visto num dia assim, em que as coisas estão meio mornas, meio insossas.
Partindo da ideia de que você, caro leitor, já deu aquela sacada esperta na sinopse, vamos lá: desde o começo do filme que se percebe a solidão de Erik. Filho de pais separados, Erik mora com a mãe, que mal lhe nota e lhe destina uma atenção mínima e carinho quase zero. O seu pai pouco o procura, muito ocupado curtindo a vida adoidado ao lado da nova namorada. Por essas e outras, Erik é um garoto entediado, triste e sozinho. E, então, eis que surge Dexter em sua vida.
Naquela época, a ideia que era disseminada era a de que ter AIDS era coisa exclusiva de homossexual. Pelo fato de Dexter ser vizinho de Erik, este último passou a ser motivo de chacota na escola, tendo que ouvir termos como "bichinha" etc. De início, Erik revidava, dizendo que não era uma "marica" e que nunca tinha visto o seu vizinho Dexter, o que era verdade. Eram tempos em que a AIDS, em quesito de fazer com que as pessoas gritassem e batessem em retirada louca ao se deparar com alguém soropositivo, ganhava até mesmo dos elementos sobrenaturais (assombrações etc). Pense você, meu querido leitor, se algumas pessoas hoje em dia ainda acham que se contrai AIDS num abraço, imagine há dezenove anos.

Porém, Erik, mesmo contra todas as mensagens de alerta (fundadas em inverdades e ideias preconceituosas), começou a se aproximar gradativamente de Dexter. E, desse modo, nasceu uma amizade que quebrou barreiras, superou preconceitos e mudou a vida desses dois meninos e de suas mães (ainda que a de Erik só tenha cedido um tanto depois).
Eu sabia que era um filme que me reservava emoções um tanto fortes e desconcertantes, mas não imaginava que iria chorar do jeito que chorei. E olhe que a trama não é forçada, do tipo que retrata situações deliberadamente muito dolorosas pra fazer com que o espectador se acabe de chorar. As cenas são as mais naturais, discretas e singelas possíveis, e é por esse motivo que emociona tanto. Menos é mais, já dizia sei lá quem (mas mandou bem a criatura que disse isso pela primeira vez!).
Erik teve a possibilidade de ter um amigo de verdade, conhecer o amor fraterno, a amizade mais pura e forte que alguém pode ter nessa vida. Fiquei encantada com a enorme vontade ingênua de Erik ao tentar encontrar, por contra própria, por meio de experimentos maluquinhos, a cura para o seu amigo Dexter. A coragem e a força de Erik me ganharam de uma forma ímpar. A doçura, esperteza e inteligência de Dexter me cativaram. Dexter ensinou e aprendeu com o seu amigo, que foi o seu grande amigo, o maior e melhor de todos. Erik o proporcionou a vivência de momentos de adrenalina e diversão. Ah, que meninos adoráveis! E o amor de Linda por Dexter... Wow, é algo que só assistindo pra sentir algo ímpar no coração. Sem deixar de citar, claro, o carinho e cuidado que passou a ter por Erik.

Juntos, Erik e Dexter se aventuram por terra e mar, enfrentaram caras barra pesada rumo a New Orleans, depois de lerem em um jornal que havia lá um senhor que dizia ter encontrado a cura para AIDS. Tem uma cena de bravura de Dexter numa parte dessa aventura que causa efeito duplo no espectador: orgulho e tristeza. Orgulho pela a sua atitude de coragem, de desprendimento, mas também de tristeza, depois da conclusão a que chegou após esse ato (essa foi uma das vezes que solucei de tanto chorar).
O desfecho me surpreendeu, não sei dizer se positivamente ou negativamente. Apenas digo que compreendi o final, talvez não pudesse ser outro. Só talvez.
Depois de quase duas décadas de existência desse filme, ainda não encontraram a cura para AIDS. A situação melhorou, os coquetéis de medicamentos dão uma melhor qualidade de vida a quem é portador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Li uma vez que provavelmente a cura para a AIDS já tenha sido encontrada, mas a repartição farmacêutica boicotou a descoberta, pois iria acabar com um dos negócios mais lucrativos que da indústria farmacêutica. Será?
A verdade é que dilacera o meu coração ver pessoas e mais pessoas morrendo por doenças terríveis, cruéis e extremamente dolorosas. Uma das doenças mais terríveis é o Câncer. Sei que é outro assunto, outra coisa, quero somente frisar que a Ciência avançou em vários pontos, mas seria maravilhoso se encontrassem curas e tratamentos para tantas doenças que solapam vidas e que deixam a alma de inúmeras famílias ao redor do mundo.
Okay, esse final de post ficou bem melancólico. Enfim... Voltando ao filme, assista, caro leitor. O que se sobressai em A Cura é a amizade, a força do amor, a vontade de superar todas as dificuldades e fazer bem o melhor possível a quem se quer bem e a quem nos quer bem também. Quando assistir, não deixe de me contar as suas impressões sobre ele.
Trailer:
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Cara pessoa que me lê, gostou do post do Pedro S Ekman? Convidei-o para escrever aqui sobre Death Note porque é uma obra complexa, que eu adorei imensamente, mas ainda não li os mangás, então não confiei em mim mesma para escrever sobre um assunto que exige um vasto conhecimento prévio. E, sério, assista Death Note. E, claro, me presenteie com a coleção dos mangás de Death Note. Irei amá-lo para sempre, caro(a) leitor(a)! (sim, passei óleo de peroba na face hoje.. beijos! ~risos~)(...)
Há uma novidade FANTÁSTICA que postei ontem na fan page do Sacudindo Palavras (inclusive, se não curtiu a página ainda, te convido a curtir). E, claro, dê aquele follow maravilhoso no Twitter do blog.
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Tem o filme A Cura completinho no Youtube.
Um abraço da @ericona.
Hasta la vista!