Olhava pela janela e via tudo sob o tom alaranjado do entardecer. Adorava isso: olhar. Nessas horas a mente voava até pensamentos longínquos ou simplesmente esvaziava diante da contemplação das pessoas e dos carros que passavam ou das coisas que sempre estiveram ali mas que naquele instante pareciam diferentes. Naquele dia a mente se esvaziou e vagou até encontrar um pensamento (ou seria sentimento?) que tentava esquecer. Ah, mas quando pensava nas outras pessoas sempre procurava esquecer, afinal não poderia controlar seus atos e suas palavras, mas também não era certo ficar remoendo-as.
Essa máxima de que ninguém é perfeito é verdadeira, ela sabia, mas por que diabos algumas pessoas não conseguiam entender isso e cobravam dela algo que ela não poderia dar, queriam que ela fosse alguém que ela não conseguia ser, ou melhor, não queria ser? Por quê? Porque as pessoas simplesmente não a aceitavam do jeito que ela era. Ela não conseguia entender. "Pessoas são estranhas", pensava. Não dizia isso com rancor ou ódio. Não, ela não perdia o seu tempo com esses sentimentos destrutivos. Ela só queria sair por aí, sem destino certo, tomar um sorvete num dia quente ou andar pelas ruas, correr e pular num dia chuvoso e cinza. Ela não exigia muito de si mesma, muito menos da vida. Por que, então, as pessoas não a deixavam em paz?
Gostaria de não se preocupar tanto com o que as pessoas pensavam, assim como gostaria que elas não se ocupassem tanto em criticá-la. Seria mais fácil se as pessoas aceitassem sua ajuda, lhe ajudassem quando pudessem, mas não achassem saber que sabiam o que era melhor pra ela. Nessas horas lembrava que quando era pequena e sua mãe a repreendia por algo, ela se encostava num canto e dizia a si mesma “Quando eu crescer, farei o que quiser”. Agora que era crescida não tinha certeza disso, assim como nem sempre estava certa de ter tomado a decisão certa.
Agora, depois de mulher feita, começava a entender que a vida tem mesmo dessas coisas de não se pode fazer tudo aquilo que se quer, que tem essas loucuras de não se saber bem se fez a escolha certa, se trilhou o caminho mais bonito e arborizado. Ela, lenta mas decididamente, começava a enxergar uma beleza em viver assim, sem certezas. Estava quase convencida de que o que tinha de fazer era simplesmente ir vivendo, com a mesma sinceridade que tinha vivido esses anos todos. Certeza? Só a de estar viva. Por hora, isso era o suficiente.
Essa máxima de que ninguém é perfeito é verdadeira, ela sabia, mas por que diabos algumas pessoas não conseguiam entender isso e cobravam dela algo que ela não poderia dar, queriam que ela fosse alguém que ela não conseguia ser, ou melhor, não queria ser? Por quê? Porque as pessoas simplesmente não a aceitavam do jeito que ela era. Ela não conseguia entender. "Pessoas são estranhas", pensava. Não dizia isso com rancor ou ódio. Não, ela não perdia o seu tempo com esses sentimentos destrutivos. Ela só queria sair por aí, sem destino certo, tomar um sorvete num dia quente ou andar pelas ruas, correr e pular num dia chuvoso e cinza. Ela não exigia muito de si mesma, muito menos da vida. Por que, então, as pessoas não a deixavam em paz?
Gostaria de não se preocupar tanto com o que as pessoas pensavam, assim como gostaria que elas não se ocupassem tanto em criticá-la. Seria mais fácil se as pessoas aceitassem sua ajuda, lhe ajudassem quando pudessem, mas não achassem saber que sabiam o que era melhor pra ela. Nessas horas lembrava que quando era pequena e sua mãe a repreendia por algo, ela se encostava num canto e dizia a si mesma “Quando eu crescer, farei o que quiser”. Agora que era crescida não tinha certeza disso, assim como nem sempre estava certa de ter tomado a decisão certa.
Agora, depois de mulher feita, começava a entender que a vida tem mesmo dessas coisas de não se pode fazer tudo aquilo que se quer, que tem essas loucuras de não se saber bem se fez a escolha certa, se trilhou o caminho mais bonito e arborizado. Ela, lenta mas decididamente, começava a enxergar uma beleza em viver assim, sem certezas. Estava quase convencida de que o que tinha de fazer era simplesmente ir vivendo, com a mesma sinceridade que tinha vivido esses anos todos. Certeza? Só a de estar viva. Por hora, isso era o suficiente.
Ana Seerig & Erica Ferro
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*Título retirado da música Don't Cross The River, de America.
Puxa, já estava com saudade de escrever em parceria com a Seerig! Os nossos "contos mal contados" ficam ótimos, hein, Tchê? (risos)
(...)
Ontem estive no Gurias Arretadas, confira o meu post clicando aqui.
(...)
Um abraço da @ericona.
Hasta la vista!