O tweet dizia o seguinte: "Mania de esperar que as coisas sejam dum jeito determinado, por isso a gente se decepciona e sofre."
Não é verdade?! Verdade pura! E o fato maior é que todo mundo, ainda que intimamente, sabe da veracidade dessa frase. Eu disse todo mundo!
Mas, ao mesmo tempo que é verdade, não esperar é algo difícil (esperar também, convenhamos; aliás, quase tudo nessa vida tem um grauzinho de dificuldade).
Digo que não esperar é algo difícil porque eu ainda não sei como planejar algo sem idealizar o fim do projeto. Digo que é algo difícil porque não sei sonhar sem ilusões, sem esperar que o sonho se torne real, lindamente real, com toda pompa que eu julgo merecer.
Digo que é difícil porque nunca aprendi a amar sem querer amor em troca. A gente sempre espera algo, uma troca, uma compensação - e isso é algo quase que automático, inconsciente (e, também, perdoável). E por que é assim? Por que não podemos simplesmente amar por amar, sonhar por sonhar, querer por querer? Por que tudo esconde uma razão? É essa a graça? Estou quase convencida de que é essa a graça: os mistérios que se escondem por trás das nossas ações e pensamentos é que o que faz da vida essa coisa tão boa de ser vivida, de ser protagonizada, desejada e aproveitada.
E eu vou continuar me decepcionando, sofrendo, chorando, mas acima de tudo continuarei vivendo. Vivendo o mistério de mim mesma, me deliciando com os doces da vida, provando do amargo, do exótico, do utópico, do irreal, do palpável, do inimaginável. Vou continuar esperando, esperando até por aquilo que eu nem sei bem o que é, mas que certamente um dia encontrarei. E o encontro será bom, mas jamais como eu idealizei, como esperei. Porque o destino é irônico, adora pregar peças. Que bom que a ironia dele não é todo prejudicial e cruel. Que bom!
(Erica Ferro)