30/09/10

Voltei para escrever

Como começar a escrever, hein?
Ops! Comecei? Assim, sem saber?
É. Acho que sim, acho que comecei. Sabe como é, faz tanto tempo que eu não escrevo. Faz tanto tempo que eu não sei o que é formar frases e expressar meus pensamentos, demonstrar meus sentimentos, retratar meus anseios, inventar estórias. Mais de um mês. Por quê? Por que me privei de algo que faz tão bem para mim? Talvez ter um blog não faça mais sentido pra mim. Talvez porque ao longo dessa minha vida de blogueira eu percebi que as pessoas não usam blog só como um meio de escape, um lugarzinho calmo para despejar o que angustia ou compartilhar das alegrias com pessoas desconhecidas - que, em alguns casos, logo se tornam conhecidas e realmente queridas para elas. Blogosfera é lugar de expor as ideias de um modo rápido, prático e gratuito. Aqui você brinca do que você quiser. Aqui você exercita seu lado escritor (o lado que você talvez nem tenha), mas que tem o direito de exercitar, de brincar de escrever e ninguém tem o poder de julgar o que você escreve, de determinar como bom ou ruim, como útil ou inútil. Aqui você encontra blogs de variados temas. Cada voltado para um determinado público. Quero dizer, certo blog interessa a uma pessoa, mas não a outra e assim por diante.
Há blogueiros estranhamente fissurados por comentários. Não sei, mas até parece que eles escrevem para os outros, diretamente para os outros, para os leitores do seu blog. Não os condeno, só não acho justo com eles próprios. Eu escrevo, especialmente e principalmente, para mim. Não tenho a intenção de que as pessoas gostem do que eu escrevo e muito menos a pretensão que achem fantástico ou vejam no que eu escrevo as palavras de salvação para algo. Não, definitivamente não.
Um dos motivos pelos quais eu me afastei da blogosfera foi justamente essa fissura que alguns tem por comentários, por querer agradar a opinião alheia, por essa obsessão em fazer bonito para terceiros, e não de ser honesto consigo mesmo. O que é interessante e bonito na blogosfera é escrever, simplesmente escrever e saber, sim, que alguém provavelmente irá ler e quem sabe gostar e quem sabe comentar. Mas poxa! A intenção maior é escrever. Repito: escrever, escrever e escrever.
Seguindo essa linha de raciocínio, eu voltarei a escrever e não me preocuparei com comentários pretensiosos, que eu realmente identificarei uma segunda intenção, a intenção de ter seu ego massageado por mais um comentário, por mais uma visita no seu blog.
Pensei em permanecer com a opção dos comentários desativada, mas, se eu fizer isso, eu vou cortar de vez a corda que me une a alguns blogueiros tão queridos, que eu realmente gosto, que eu realmente admiro. Habilitarei os comentários do Sacudindo Palavras, mas analisarei os comentários que eu realmente merecem ser retribuídos. Não que eu seja uma grande pessoa, alguém ilustre. Não, não se trata disso. Se trata do meu cansaço para coisas inúteis, para tanta hipocrisia e falsidade, seja aqui ou no mundo real.
Então é isso. Eu voltei. Voltei porque eu preciso escrever, não posso me privar desse exercício que é como uma terapia para mim.
Agradeço a quem realmente gosta do Sacudindo Palavras. A quem, por algum motivo, lê e gosta dessas minhas tortas e confusas linhas. Obrigada.
Obrigada a Jana Barreto, que me presenteou com esse lindo layout. Mais um, não é, Jana? Muito obrigada. Com o Sacudindo Palavras de cara nova, postar fica ainda mais alegre, ainda melhor.

A vocês, deixo um abraço.

Finalizo aqui o meu primeiro e último post... do mês.

Hasta la vista!

(Erica Ferro)