25/01/15

Resenha: O Livro do Amanhã - Cecelia Ahern



O livro do amanhã
Cecelia Ahern
Novo Conceito
368 páginas

☺☺☺☺

Sinopse: Tamara Goodwin sempre teve tudo o que quis e nunca precisou pensar no amanhã. Contudo, de repente, seu mundo vira de cabeça para baixo e ela precisa trocar sua confortável vida da metrópole por uma cidadezinha do interior. Assim, Tamara logo se sente solitária e louca para voltar para casa.
Então, uma biblioteca itinerante chega ao vilarejo, trazendo junto um misterioso livro de couro trancado com uma fivela dourada e um cadeado. O que Tamara descobre ao longo de suas páginas a deixa surpresa. E tudo começa a mudar das maneiras mais inesperadas possíveis... Será possível mudar o amanhã?




O livro do amanhã é o primeiro livro que leio da escritora irlandesa Cecelia Ahern. Talvez o nome não lhe seja familiar, como não era a mim algum tempo atrás. No entanto, P.s.: eu te amo te lembra algo? Sim, é um filme bastante conhecido. Ele é baseado no livro homônimo de Cecelia. Faz um tempo que eu assisti ao filme, então eu nem atinei para pesquisar se o filme era baseado num livro antes de ver a película. Só fiquei sabendo quando comecei a ver o filme, porque, se eu não me engano, o início e créditos, incluindo o encarte, davam essa informação. Honestamente, eu não me emocionei ou chorei horrores com o filme, como aconteceu com algumas pessoas que conheço. Em minha defesa, quero dizer que, sim, tenho um coração pulsante aqui no peito, e é grande. No entanto, sabe como é, não rolou uma química entre nós. Poderia discorrer mais a respeito das razões de eu não ter gostado do filme, mas na verdade não lembro muito bem, porque, como disse antes, vi há um tempo. Contudo, se o filme tivesse me marcado de algum modo, como outros longas já o fizeram, eu lembraria dele com mais emoção.
Pois bem, há muito tempo que a Editora Novo Conceito me enviou, em parceria, O livro do amanhã, mas eu meio que o evitei porque já havia tentado ler P.s.: eu te amo em e-book e não deixei para lê-lo em outra época, afinal não consegui passar das primeiras páginas (fiz-o bem depois de ter visto o filme, porque queria ver se a adaptação havia sido ruim ou se era o livro que não conseguia me tocar). Desse modo, por medo de ter uma experiência igual a que tive com P.s.: eu te amo, dei prioridade a outras leituras e o deixei de escanteio. Até que, então, esses dias pensei cá com os meus botões e resolvi dar uma chance a Cecelia. Confesso que não achei que ela conseguisse me cativar com um só livro, mas a danada conseguiu! Li algumas resenhas um tanto negativas sobre esse título, sobre não ser um bom livro ou não ser um bom livro para quem vai ler a Cecelia pela primeira vez. Então, meu caro leitor, sou uma pessoa totalmente às avessas, porque, no meu caso, esse foi o livro certo para começar a ler Cecelia! Estou na estrada contrária a quem adorou P.s.: eu te amo e/ou acha que é o melhor livro da autora.
Honestamente, O livro do amanhã é muito bom. Quem já leu e não gostou tanto, por favor, não faça esse muxoxo. Explicarei porque gostei tanto do livro. É um livro simples, admito. Não inova em praticamente nada. Imagina que ele conta a estória de uma adolescente por volta dos seus dezesseis/dezessete anos, mimada, rica, estúpida, no sentido de ser rude com o mundo inteiro - e que o meu lado hiperbólico seja perdoado - e inconsequente. Assim é Tamara Goodwin, ao menos no início da trama, até o momento que passa um furacão em sua vida, destruindo tudo e a forçando, junto com a sua mãe, a mudar de cidade e se adaptar a uma realidade que ela nunca imaginou que viveria e, francamente, não estava afim de viver.
Entretanto, é por causa desse furacão, por causa desse caos, que ela finalmente saberá o que é a vida, especialmente, o que é a sua vida e quem ela realmente é. Quem e o quê proporciona essa porta para que Tamara desabroche ante o mundo? Um rapaz agradável chamado Marcus e uma biblioteca itinerante. Biblioteca faz você lembrar de algo, leitor? Sim! É um dos lugares que eu mais amo no mundo! Sim, deve ser porque sou apaixonada por livros e curso Biblioteconomia. Não pude deixar de citar isso na resenha, foi mais forte do que eu. Continuando: é no ônibus-biblioteca que ela encontra um livro sem título, autor, ou seja, sem nenhum dado e que ainda por cima está trancado com um cadeado. Como qualquer ser humano curioso, é esse livro que Tamara pega emprestado. Com alguma dificuldade, ela dá um jeito de abrir o livro, que se revela um diário, e ela percebe que ele é um tanto... mágico. É o diário que devolve emoção aos seus dias e é através dele que ela passa a atentar seus olhos para quem e o quê está a sua volta, buscando respostas para perguntas que surgem dia após dia, posterior a mais um episódio estranho, que, de um modo misterioso, parece ter a ver com a sua vida e a de sua família.
Sim, é um livro simples. Uma adolescente, um diário mágico e mistérios familiares a serem descobertos. Mas, cara, eu gostei! Eu não acho que eu fui uma adolescente rebelde ou irritante ao extremo, como Tamara se mostrava ser no início do livro. Mesmo não tendo um passado conturbado em relação ao período da adolescência, eu gosto de ler sobre histórias de pessoas que foram o diabo, com o perdão da palavra, em sua adolescência. Há rebeldes sem causa e há razões para rebeldia em alguns seres. Há alguns motivos para que Tamara fosse a peste que era. E é com o passar das páginas que notamos esses motivos e nos alegramos com a ampliação da capacidade da Tamara não só de visualizar a si própria e mudar algumas características prejudiciais suas, como também a percepção que passou a ter das pessoas ao seu redor. Isso foi de fundamental importância para que ela pudesse descobrir todas as coisas que descobriu e seguir em frente, independente da sua nova condição, que nesse ponto, aliás, já não lhe era desagradável como antes um dia o fora.
As lições desse livro são bobinhas e que, justamente por assim o serem, nos esquecemos delas com facilidade. O amor ainda é (e, por Deus, será para sempre!) o elemento mais importante do mundo. É por causa desse sentimento que pessoas movem céus e terra para protegerem os seres que amam e sacrificam a si mesmas, inclusive, se for necessário, para que essas pessoas tão amadas sejam felizes apesar dos pesares.
Creio que o personagem que mais me chamou a atenção foi de fato a Tamara, talvez por o livro ser narrado pela própria personagem. Preciso reconhecer duas coisas: a primeira é que a Cecelia tem um jeito muito gostoso de narrar, apesar de se prender muito, em alguns trechos, em descrições de cenas e paisagens e repetir algumas ideias - ou expressões - que, OKAY, eu já havia entendido que Tamara gostava. A segunda é que os personagens secundários não foram tão bem explorados ao longo da trama. Creio que ficou tudo muito para as últimas páginas, inclusive as revelações mais importantes, como também a porção de aventura que o livro tem a dar. Em alguns momentos, ainda que eu estivesse curtindo à beça a narração, me perguntei "Certo, mas quando vai começar a coisa? Quando começará 'a caça às bruxas'?", e demorou muito para ter esse meu questionamento respondido. Em síntese, os personagens mais trabalhados foram a Tamara, George, pai de Tamara, e Rosaleen, uma criatura essencial da estória. E, claro, a Irmã Ignatius, uma doçura de personagem, que me cativou com facilidade. Jennifer, a mãe de Tamara, ao meu ver, poderia ter sido melhor trabalhada, assim como Arthur, tio de Tamara. 
O livro é um romance que se encaixa em algumas categorias, por exemplo: drama, YA, fantasia e chick-lit. Se você gosta de alguns desses gêneros, estimado leitor, O livro do amanhã provavelmente será um bom livro pra você.
A capa é bem bonita e retrata uma cena do livro. A diagramação é ótima, o que deixa a leitura fluida e sem atravancamento. Não encontrei erros de digitação ou ortográficos na edição. Parabéns por mais uma bela edição, Novo Conceito!


Como a Editora Novo Conceito é uma queridinha, fez um book trailer bem bonitinho desse livro da Cecelia. Ei-lo:


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E... seja feliz!
Um abraço carinhoso da @ericona.
Hasta la vista!

9 comentários:

  1. Eu chorei horrores vendo P.S. Eu te amo em filme, se pegar para assistir hoje vou chorar de novo. Tive muito sentimento de empatia pela Holly do filme, se eu chegasse a amar alguém como ela amou e perdesse essa pessoa viveria o inferno que ela viveu. Já no livro, eu não me apaixonei pela personagem, mas entendi que perder o marido foi o rito de passagem dela para a vida adulta.

    A Cecelia é uma autora muito jovem, então as vezes acho que essa juventude faz com que a gente, que já está na barreira dos 30 ou mesmo já a ultrapassou, não se identifique com suas personagens. Mas considero ela uma narradora brilhante e carismática, muito clara naquilo que ela quer. Não a toa é bem sucedida, quem me dera na idade dela já ser tão bem sucedida!

    Eu tenho "O livro do Amanhã", pretendo lê-lo em breve porque ele é um dos livros que pretendo colocar no bookcrossing de Abril, mas não sem antes ler!

    Cheros Erica!

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  2. Por favor, pare de escrever resenhas tão bem.
    Não tenho grana pra comprar tais livros depois. kkkkkk

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  3. Oi Erica,
    Acho que é a primeira resenha que leio sobre esse livro e adorei...
    Fiquei animada com essas partes da biblioteca e confesso que ainda não peguei nenhum dos livros da autora pra ler, ainda

    Ótima resenha.

    bjs e tenha uma semana mágica *.*
    Nana - Obsession Valley

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  4. Muito bom! Estou louca para ler esse livro, mas vou ler primeiro Simplesmente acontece. Eu adoro a escrita da Cecelia.
    Bela resenha!!!
    Beijos!
    Monólogo de Julieta

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  5. Oi Erica! Como vai?
    Sabe que eu tenho muita curiosidade por P. S. Eu Te Amo e, ainda assim, nunca fui atrás do filme? Acho que eu me emocionaria muito, porque sou muito chorona com romances e/ou perdas. Consequentemente, também nunca li o livro.
    Porém, todo mundo fala bem da Cecelia Ahern e eu gostaria de saber o motivo. Gostei da dica e acho que posso considerar esse título para quando a "vibe" certa chegar!
    Beijos,

    Priscilla
    http://infinitasvidas.wordpress.com

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  6. Oi, Érica!
    Então estou imune, pq não faço ideia de como é o filme - já anotei para assistir.
    A leitura vai muito do nosso estado de espírito. Mas eu sou daquelas que mesmo não gostando, tento dar uma chance e leio até o fim. Acontece também com filmes - muitas vezes eles não são bem compreendidos, até que você vira e mexe se lembra deles ou da mensagem que eles deixaram. Isso acotneceu comigo com "Budapeste", "Verônica decide morrer" e "Escafandro e a borboleta" - livros arrastados que na tela do cinema também são, mas que possuem mensagens inesquecíveis.
    Beijus,

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  7. Ericona, eu acabei de ler um livro dessa autora e não foi P.S eu te amo, mas sim outro que pretendo fazer uma resenha no blog. E olha, apesar dela escrever de maneira diferente, eu também fui surpreendida com a história e acabei lendo o livro em um final de semana. A história também não tem nada demais, algo grandioso, mas ainda assim fique reflexiva. Pois, o tempo passa rápido demais.
    Abraços Mika,
    Pensamentos Viajantes

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  8. haha, sabe que é bom ser às avessas mesmo? Isso serve principalmente para a gente não dar tanta atenção aos comentários alheios, cada um é cada um ;)
    Que bom que você gostou. Eu li alguns livros da autora e uns gostei mais e outros menos, mas acho que são livros que valem ser conhecidos. Esse ainda não li, apesar de já ter em casa.

    Beijos

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  9. OIee Ericona! Passando aqui para te desejar um ótimo final de semana.
    Beijos!
    Monólogo de Julieta

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