Sinto falta de você. Muita. É tanta, tanta, que até machuca, às vezes. Só que me faço de forte e finjo que isso não me abate mais, entende? É a maneira que eu inventei de lidar com a distância que se somou à nossa costumeira distância.
Éramos dois solitários, um ao lado do outro. Estávamos juntos numa solidão poética, embalada por músicas que falavam de dor e de amor. E eu sempre tão, tão tentada a te falar do que eu sentia. Eu sentia que não era realmente sozinha. Eu tinha você; você, a mim. Éramos assim, tão ligados, ainda que jogados cada qual num canto do mundo. Estávamos conectados por um fio de beleza pura e singela. Era assim que eu enxergava. Enxerguei tudo errado, não é? Errei também quando achei que você gostava da minha companhia? Errei em considerar que, de alguma forma, eu fazia parte da sua vida?
Éramos dois solitários. Adorava quando você deixava o seu lado comumente quieto e jogava a capa de homem sério de lado e se mostrava pra mim tão como você de fato era (ainda é?). Você mudou? Ou eu nunca consegui ver a sua essência? Não, eu não me enganei. Eu sei quem você é. E eu amo quem você é. Amo tanto, que não posso mais lidar com isso, então tento embalar esse amor, mas nenhuma canção de ninar consegue fazê-lo dormir completa e profundamente. É que você foi sempre tão próximo a mim. Nossa conexão e sintonia eram tão lindas. Ai! Meu peito aperta quando penso na decisão que você tomou. Algo me diz que foi tão, tão errada, tão precipitada. Meu coração fica dilacerado ao pensar que você não trilhou por um caminho seguro, que, a qualquer momento, você será machucado, traído, ferido. Não sei se consigo aguentar ver você aos pedaços uma vez mais. Não posso permitir que alguém te machuque. Porém... O que posso fazer? Há uma dupla distância entre nós. Não estou mais ao seu lado. Não tenho mais como te proteger do perigo. Só posso ficar aqui, de longe, torcendo para que nada de ruim te aconteça. Você é tão lindo, tão puro, tão incrível. Não, você não pode sofrer mais, meu bem. Não é justo que te façam chorar ou duvidar do quanto você é especial.
Porém... O que posso fazer? Titubeei. Perdi a vez. Antes que eu pudesse te convidar a andar comigo, ao meu lado, de mãos dadas, você foi em outra direção. Tão, tão longe de mim. Você sequer pode me ouvir de onde está agora.
Meu amor, meu grande amor, te deixo ir, mesmo com esse nó na garganta e esse sentimento de apreensão pelo que pode ser de você sem mim. Deixo-te ir, mas olha, meu nobre cavalheiro, fuja caso o caminho se torne espinhoso e sombrio. Você merece trilhar por um caminho florido, com cheiro de rosas, ao lado de alguém que realmente possa te levar para um lugar de risos e calmaria.
O amor que lhe tenho não tem prazo de validade. Está aqui, bem guardado, dentro do peito. Basta que você se volte para mim, abandone o passado e venha criar um presente todo novo, diferente de tudo que você já viveu e sonhou, que esse amor despertará com toda a força e vigor.
Erica Ferro
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Um abraço da @ericona.
Hasta la vista!